Salman Rushdie, A Censura do Twitter e O Medo de Banqueiros
Este artigo foi vetado pelo Poder360. Pretendo escrever sobre essa decisão outro dia, e discutir o cálculo que todos nós fazemos quando compramos uma briga, ou entregamos os pontos em outras. Quero já adiantar que se eu estivesse no lugar do Poder360, e tivesse que considerar desde os funcionários, até as lutas que ainda estão por vir, eu provavelmente teria vetado meu próprio artigo.
Na semana passada o escritor Salman Rushdie foi afinal calado. Mais de 30 anos depois da sentença de morte decretada pelo Aiatolá Khomeini, reforçada por um prêmio em dinheiro para quem se oferecesse como assassino, Rushdie foi esfaqueado em Nova York num palco onde iria dar uma palestra. Ali, num instituto que promove o saber e a troca do conhecimento, o autor por fim sentiu a censura na pele — e no pescoço, no abdômem, no rosto.
Na mesma semana, a primeira jornalista da América Latina a entrevistar Salman Rushdie com exclusividade também foi calada. Essa jornalista sou eu. Sem que fosse necessário o uso de uma faca, ou de um fatwa, minha língua foi cortada da forma mais asséptica possível, sem sujeira ou manchas de sangue, banida “permanentemente” da única plataforma social que uso para divulgar verdades suprimidas por duas razões nada jornalísticas: a falta de patrocínio e a ausência de estudos com comprovação financeira. Como vou mostrar mais à frente, ou na semana que vem, quem afirma que o que eu venho dizendo é verdade não sou eu — é o CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, a revista Lancet, o NIH do Reino Unido.
A facada no escritor e meu banimento do Twitter só são diferentes na forma — a violência da motivação é a mesma. Ambos os fanáticos — tanto o religioso, como o ignorante que nunca leu um estudo científico na vida — baseiam sua certeza naquilo que sabem, ou que acreditam saber. Extremamente ignorantes, eles ignoram a própria ignorância, e se tornam fanáticos ao ter “certeza absoluta” de que o tudo que sabem é o tudo que existe. Mas esses dois tipos têm pelo menos mais uma coisa em comum, crucial para a formação do seu fanatismo: suas mentes são facilmente manipuláveis.
Já falei em outros artigos como é fácil o controle das mentes mais simplórias. Mas veja bem: quando digo “mentes simplórias”, não me refiro àquelas que não estudaram. Me refiro às mentes que o estudo formal não preparou para o pensamento crítico. Não é à toa que a maior resistência à inoculação inútil veio de dois extremos: das pessoas que não estudaram quase nada, e daquelas que estudaram muito além da média. Os que estudaram muito sabem como a ciência com fins lucrativos funciona. Os que estudaram pouco desenvolveram mecanismos para navegar no mundo sem se afogar, e com o tempo aprimoraram cálculos de risco-benefício que se tornaram quase intuitivos. O artigo “Americanos com PhD têm mais relutância em se vacinar contra a covid,” republicado pelo site MSN, foi retirado do ar, mas pode ser encontrado aqui, no archive.org.
Vou dar um exemplo exagerado, mas bem ilustrativo, de como o conhecimento pela metade é frequentemente um empecilho, mais do que uma ferramenta. Uma placa numa encruzilhada de uma estrada de terra e um trilho de trem diz “PARE.” A pessoa que sabe ler, mas é extremamente burra e decidiu por vez terceirizar seu pensamento, vai ficar parada até ler outra placa dizendo “Agora pode atravessar”. Já a pessoa que não tem conhecimento para entender o que diz a placa vai confiar nos próprios olhos e ouvidos, e vai parar só quando for necessário, e andar quando não houver risco. A pandemia nos mostrou com bastante clareza essa diferença abissal entre inteligência e esperteza, entre informação e discernimento.
Aqui, em A Obediência Contagiante e a Blusinha Que Mais Sai, eu falo sobre o sistema que faz pessoas transformarem seu gosto radicalmente de um ano para o outro com a adoção de qualquer coisa que for declarado “trendy”, ou “da moda.” A determinação do que é ou não “descolado” — em outras palavras, a indústria da moda — é uma aula para qualquer pessoa interessada na manipulação da mente humana. Se é possível determinar o “gosto” — uma predileção tão pessoal e intransferível — imagine o resto. Aqui , em O Controle da Mente e o X da Persuasão, eu mostro que quem pagou para acreditar em algo tem dificuldade em se saber enganado, e prefere nunca vir a descobrir que jogou dinheiro fora. Nesse caso, é possível ver uma audiência de centenas de pessoas acreditando no “truque” mais estúpido e pueril que já vi. Mas o “mágico” foi hagiografado pela revista New Yorker, e isso tem um peso incrível na mente mais simplória. Aqui, em A Unanimidade Inocente e a Orquestra Afinada, eu falo das diferentes camadas na “pirâmide do consenso,” e como a maioria dos enganados na base são pessoa inocentes que terceirizaram seu discernimento e decidiram se guiar por aqueles que consideram seus “superiores.” Aqui, em A Unanimidade Burra e o Controle Inteligente, eu falo do experimento de Asch, e de como mentes medianas obedecem ordens imorais sem qualquer questionamento, e mesmo sem o oferecimento de vantagem financeira ou a ameaça de chantagem. Essas mentes ingênuas, contudo, raramente são guiadas por pessoas desinteressadas. Quase sempre, o topo da pirâmide do Consenso Inc é povoada por gente muito bem paga para emitir sua “opinião.” E é disso que eu quero falar.
Um dos meus últimos tweets antes do banimento foi uma republicação que fiz de um tweet original do médico Ricardo Ariel Zimerman. Seu conteúdo deveria ser de conhecimento de todos os jornalistas, e certamente de todas as pessoas que se deixaram guiar pela opinão supostamente “sem fins lucrativos” dos divulgadores Atila Iamarino e Natalia Pasternak, para citar apenas dois dos mais famosos, os divulgadores da moda. O tweet de Zimerman mostra um documento sob o seguinte texto:
“Somente em 2021, Atila Iamarino recebeu 360.000 reais do Instituto Serrapilheira. Sim. Ele recebeu 30.000 reais por mês para servir de substrato “científico” para o lockdown, que custaria milhões de empregos.”
No documento, é possível ver que o Instituto Questão de Ciência, presidido pela influenciadora Natália Pasternak, recebeu em 2021 o valor de 500 mil reais do Instituto Serrapilheira. O comunicador Atila também recebeu dinheiro do mesmo instituto. Vale mencionar que Zimerman teve a dignidade, honestidade e transparência de incluir no tweet as arrobas dos perfis que mencionava, garantindo que as pessoas citadas fossem informadas do que ele estava dizendo. O tweet continua lá, em todo seu esplendor, sem qualquer resposta. Mas o que é o Instituto Serrapilheira, e quais interesses o sustenta?
Antes de continuar: se você acha que o lockdown foi declarado sem nenhuma intenção econômica, tenho péssimas notícias. O lockdown teve ao menos um propósito — ou um efeito — que ficou de fora das manchetes: a concentração de renda através do fechamento de milhões de negócios familiares e independentes, para a futura consolidação dessas empresas em monopólios que estão transformando o livre mercado em uma corporatocracia global nas mãos de meia dúzia de grupos financeiros. Traduzo aqui uma manchete e uma passagem que vão surpreender quem passou a pandemia com o cérebro hibernando:
CBS News, Março 2021:
“Bilionários ficaram 54% mais ricos durante a pandemia.” “Entre 18 de Março de 2020 e 2021, a riqueza nas mãos dos maiores bilionários do mundo pulou de 8,04 trilhões de dólares para 12,30 trilhões de dólares. […] O fundador da Amazon, Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, viu sua fortuna aumentar 57% para 178 bilhões de dólares.”
Aqui no Business Insider, o título é similar: “Bilionários fizeram 3,9 trilhões de dólares durante a pandemia.”
Pergunte-se: você acha que os maiores bancos de investimentos do mundo como Blackrock, Blackstone e Vanguard têm ações da vendinha do Seu Zé da Esquina, aquela em que seu Zé mandava o neto entregar compras a domicílio mas teve que fechar durante o lockdown? Para a sorte desses bancos, não, eles não tinham nenhuma ação do Seu Zé. Assim eles não só escaparam da tragédia econômica que se abateu sobre os que tinham muito pouco, mas se beneficiaram exatamente por estarem associados aos que já têm demais. Isso também não foi por acaso, porque os grandes vencedores nessa tragédia foram exatamente aqueles que definiram suas regras, e impuseram uma tragédia maior do que a provocada pelo próprio vírus. Aqui está um artigo no The Telegraph de 18 de agosto deste ano, baseado em dados oficiais do governo do Reino Unido, mostrando que os efeitos do lockdown estão matando mais do que o próprio SarsCov2. Supresa para ninguém que vem acompanhando as ideias de Michael Levitt — que não é nenhum Átila, e provavelmente nunca foi convidado a uma entrevista na Globo, laureado com nada menos que um Nobel. Neste artigo de dezembro de 2021 eu falo sobre Levitt e outros cientistas respeitáveis que foram completamente obliterados do debate, e que já previam o que estava por vir.
Assim, o lockdown que seria uma tragédia para alguns, foi uma bonança para outros, como a Amazon. E assim foi com todos os quase-monopólios, principalmente os controladores das redes sociais: Starbucks, Big Tech etc. Um dia, quando você leitor tiver tempo, procure entender por que razão a Amazon funcionando a pleno vapor durante a pandemia, mas outros negócios foram fechados por determinação oficial. Entenda também porque a mídia pode mandar todo mundo ficar em casa enquanto eles, agentes da corporatocracia, trabalhavam na missão de desinformar.
Voltando aos Donos do Mundo (BlackRock, BlackStone, Vanguard etc), alguns deles também são donos de uma empresa bastante conhecida dos brasileiros: o Banco Itaú, cujo nome é uma Apropriação Cultural do Bem, significando “pedra preta” ou “pedra dura” em Tupi-Guarani. Vanguard, Blackrock, Goldman Sachs são todos proprietários do Itaú em alguma medida. Por falar em Goldman Sachs, foi esse banco que em 2018 fez o relatório “A Revolução do Genoma.” Eu adoro esse relatório porque ele ensina aos seus clientes na indústria farmacêutica algo bastante óbvio para o Seu Zé da lojinha da esquina, que mal consegue ler um livro: curar pacientes não é “um bom modelo de negócios.”
É isso mesmo o que diz o relatório, sem nenhum embaraço: o melhor modelo de negócios na indústria farmacêutica é tratar, jamais curar, porque todo cliente curado é um cliente perdido. Por isso uma vacina que não funciona é muito mais lucrativa do que uma que funcione, e se torna uma mina de ouro para os investidores. É bastante simples a lógica aqui, mas pessoas letradas têm muita dificuldade em entender: quanto menos ela funciona, mais ela vende. Mas isso só funciona sob duas condições: 1) o vacinado tem que ser devidamente privado de informação, poder de decisão ou de discernimento; 2) O comprador tem que ser o governo.
Copio aqui um trecho do relatório do Goldman Sachs, citado num artigo sobre a obsolescência programada e o lucro magnífico que vem de produtos ruins que precisam ser substituídos com frequência. Esse lucro não se sustentaria por muito tempo num mercado livre com competição saudável, mas quando o comprador é o governo e o pagador é o contribuinte, ele se torna uma galinha dos ovos de ouro (ou uma Galinha dos Ovos de Aids, como conto aqui neste outro artigo sobre um investimento que recomendo a meus queridos leitores: um remédio para prevenir a AIDS que custa cerca de 2 mil dólares por mês, por paciente, por toda a vida. Esse remédio é tão forte que o paciente precisa ser monitorado regulamente para garantir que não desenvolveu problemas nos ossos nem falência hepática — uma vantagem extra, sem dúvida, com mais uma sub-indústria criada por um remédio específico. Quando eu crescer, vou fundar uma farmacêutica chamada Cornucópia™. Já tenho até slogan: Trate sua doença aqui e adquira outras sem pagar nada.
Vale a pena ler este meu artigo, ainda que seja eu mesma a recomendar, porque a eficácia desse remédio para AIDS é descrita pelo fabricante com uma frase que daria inveja aos piores (digo melhores) advogados do mundo. Vou até repetir a frase porque ela é uma obra-prima da não-afirmação, um virtuoso da engenharia verbal. O fabricante do remédio que supostamente previne a AIDS (mas que não diminuiu o índice de aidéticos nos EUA, que pena. Ou que bom, dependendo do ângulo) diz o seguinte: O Truvada “pode ajudar a diminuir as chances de se infectar pelo HIV”. Pegou? A honestidade aqui é louvável, não vou negar. A Gilead nunca diz “O Truvada impede o contágio do HIV.” Ela tampouco diz “O Truvada diminui o contágio do HIV.” Ela não diz nem mesmo “O Truvada diminui a chance de se contaminar com o HIV.” Não senhor. A frase é honesta até o talo: “O Truvada pode ajudar a diminuir as chances.” Quem, com o próprio dinheiro, iria apostar em algo tão incerto? Viu como é bom ter um comprador como o governo?
Voltando ao Goldman Sachs, seu relatório para executivos da indústria farmacêutica dizia o seguinte: “O potencial para vender curas com apenas uma injeção é um dos aspectos mais atraentes da terapia genética, da terapia celular de engenharia genética e da edição de genes. Contudo, tais tratamentos oferecem um cenário bastante diferente quando se considera arrecadação recorrente verso terapias crônicas [regulares],” disse Salvenn Richter. “Enquanto essa proposição [da cura com uma única injeção (one-shot cure)] traz valor enorme para os pacientes e para a sociedade, ela pode representar um desafio para os desenvolvedores de medicina genômica que procuram um rendimento sustentado.”
Agora vejam só a coincidência. O João Moreira Salles, do Itaú, é o fundador do Instituto Serrapilheira. Segundo a revista Forbes em 2017, Moreira Salles “doou” 350 milhões de reais para o instituto por puro amor à ciência, sem fins lucrativos. Mas veja que peculiar esse amor à ciência: o Serrapilheira de fato anuncia no seu website que “apoia as ciências naturais (ciências da vida, geociências, física, química); ciência da computação; matemática.” Como explicar então que essa mesma pessoa, Moreira Salles, esteja por trás da revista que publicou uma das “reportagens” de estupidez mais atroz já vista na história da humanidade, sem paralelo na sua estultice canalha, cujo título reproduzo aqui para o deleite dos masoquistas: “Risco de ser atingido por um raio é 13 vezes o de ter covid depois de se vacinar.” A reportagem ainda está no ar, e nunca foi alterada ou corrigida. É compreensível, claro: quem tem medo de ser acusado de fakenews com tanto dinheiro?
Não preciso lembrar ao leitor que Joe Biden, Hillary Clinton, Elizabeth Warren e até o CEO da Pfizer (pra ficar só em alguns famosos) foram todos contaminados com a covid depois da vacina. Repetindo: fakenews bem patrocinada é sempre bem-vinda. E vejam aqui que linda a veneração à Vacina de Ouro:
Quase todos aqui declaram estar contaminados, mas nenhum falha em agradecer à Vacina de Ouro. Taí um tipo de veneração cega que envergonharia o shiita mais fanático.
Voltando aos 13 raios, a “reportagem” assinada pelos gênios Amanda Gorziza, Pedro Siemsen, Fernanda Nunes e Renata Buono, foi publicada no dia 29 de abril de 2021, e este tipo de vergonha jamais é banida das redes sociais. Mentira patrocinada é sempre bem-vinda. Esta “reportagem” foi publicada na Piaui, revista fundada pelo mesmo “amante da ciência” que apoia a “matemática” e a “ciência da computação” através do Serrapilheira. O Serrapilheira, por sua vez, financiou o Atila, que por sua vez “projetou” que iriam morrer 3 milhões por covid no Brasil, e que elogiou efusivamente o lockdown na China. Atila se justificou dizendo que usou o Imperial College como fonte.Entendeu por que “ligar os pontos” tem sido a atividade mais vilipendiada do mundo? Por que é a ligação dos pontos que permite rastrear o caminho que leva a quem se beneficia de decisões políticas.
Por falar em Imperial College, outro dos meus tweets recentes mostra ao leitor quem financia essa instituição. Infelizmente o tweet não está mais disponível, já que minha conta está inacessível, mas entre as empresas farmacêuticas que patrocinam o instituto me lembro claramente da AstraZeneca. Por falar em AstraZeneca, você sabia que essa vacina recebeu registro emergencial ao redor do mundo, quase nunca um registro definitivo? Isso é informação da própria Astrazeneca . Aqui está uma lista de países que só concederam registro temporário, porque a Astrazeneca estava causando AVC, trombose, trombocitopenia, como informava em Maio de 2021 este comunicado oficial do governo do governo do Reino Unido exatamente o país de onde saiu a vacina.
Agora adivinha qual um dos únicos países do mundo que deu registro definitivo para esse produto ineficaz e inseguro. Vou dar uma chance. Começa com B e termina com il. Acertou, foi o Bostil. Infelizmente, o responsável por esse registro inexplicável não está aqui para dar explicações, já que em plena pandemia, no meio do resultado pífio apresentado pelos produtos que ele aprovou para serem comprados aos milhões com dinheiro público, o Gerente de Medicamentos da Anvisa Gustavo Mendes escafedeu-se para o outro lado do mundo, mais especificamente a Coréia do Sul.
Supensa em vários países, a Astrazeneca continua sendo aplicada no Brasil. Segundo a CNN Brasil em Julho de 2021, ela era a vacina mais aplicada no país. Mas enquanto no Brasil ela estava bombando, vários países europeus não só se negaram a dar o registro definitivo, mas suspenderam de vez o uso dessa vacina em Abril de 2021, como mostra a BBC. Como pode isso não ser manchete? Como pode uma mídia que odeia o presidente Jair Bolsonaro e atribui a ele tanta coisa, falhar exatamente na notícia bombástica cuja manchete poderia ser “Brasil aplica vacina suspensa em vários países”?
Aqui eu conto o caso de Bruno Graff, que foi vacinado com a Astrazeneca em agosto de 2021, quatro meses depois da sua suspensão ser conhecida. Aqui cabe a pergunta que não quer calar: suspensão conhecida por quem? Não pelo Bruno, nem pela mãe dele. Sabe por que? Porque eles estavam “bem informados” com as notícias da grande (pequena) mídia, e as poucas pessoas que se atreveram a divulgar essa suspensão foram censuradas nas redes sociais. O que me leva ao final deste artigo.
Tenho um outro fato que de certa forma me liga a Salman Rushdie. Muitos anos depois de entrevistá-lo, eu fui e ainda sou a única brasileira — na verdade, uma das poucas jornalistas do mundo inteiro — a ter apresentado os cartoons do Mohammad na minha entrada no Jornal do SBT, quando eu era correspondente no Líbano. É isso mesmo que você leu: enquanto quase todos os jornalistas do planeta se acovardaram e se recusaram a mostrar os desenhos do jornal dinamarquês Jyllands-Posten — desenhos que acabaram provocando a morte de dezenas de pessoas — eu, morando no Oriente Médio, fiz questão de tê-los mostrado na minha entrada em horário nobre, em rede nacional, no SBT — um canal que várias cidades do Bekaa no Líbano conseguiam acessar, como eu própria mostrei em outras reportagens. Menciono isso só para deixar claro a todos os banqueiros, canalhas e covardes que poucas coisas me intimidam, e o único método de tortura do qual tenho medo são as cócegas.